-Tá vindo, Bonnie!
-Quem?
-Conceição, claro!
-Por onde ela está vindo?
- d'où il vient? - virou-se para a planta ao lado - Pelo corredor à esquerda, Bonnie.
- Então, pelo corredor oposto!!
Os dois partiram rápido, mas logo se depararam com com inevitável visão de colunas caídas em frente ao portão que liberava o acesso para as demais áreas da Academia.
-E agora? - Klyde virou-se para Bonnie em busca de alguma orientação, esperando que ela pudesse resolver mais esse problema.
Ela olhou, aflita, para o menino ao seu lado e de volta para sua única saída alternativa bloqueada. Bonnie não queria se sentir responsável por aquilo, ela não tinha o obrigado a ir com ela, mas mesmo assim havia o sentimento de culpa. Tentou se livrar daquele pensamento e derrepente sentiu raiva de Klyde por estar ali com ela. Sempre fazia suas saídas e armações sozinha e agora tinha alguém do lado dela que lhe perguntava o que deveria ser feito. Bonnie agora sentia raiva das malditas pedras que estavam na sua frente e que atrapalhavam sua fuga.
Algo crescia dentro de si. Não era raiva, apesar de ter começado com ela. Também não era medo, pois não sentia medo de diretoras. Era mais que um sentimento apenas, era algo q ela consegui sentir, como uma vento gélido ao percorrer seu braço. Bonnie podia sentir aquilo tão fortemente que seria capaz de... mover rochas. Seu coração acelerou.
-Bonnie! Temos que sair daqui!
A garota virou-se assustada pra Klyde, esquecendo por um minuto que ele estava ali e que Conceição se aproximava rapidamente. Toda sensação se esvaiu.
-Eu não sei o que fazer...
Klyde não sabia o que fazer. Tinha medo de fazer algo que poderia coloca-los em risco ainda mais. Queria que fosse capaz de pensar em algo rápido, mas apavorado como estava só pensava em esperar e poder pedir desculpas, implorar para que não fosse expulso. Se fosse expulso, para onde iria? Não podia voltar para casa. Não ainda. Ele tinha que dar um jeito.
-O portão para o Jardim!
-Ele continua fechado. Nem uma bomba conseguiu sequer arranha-lo.
-O cadeado é uma espécie de enigma, uma charada. Não basta saber o que está escrito, mas entender como funciona.
-O que dizia mesmo? “Eu sou alguma coisa e a Chave é o outra”...
-“Eu sou o destino e a Chave é o tempo”.
-Isso! "Eu sou o destino..." refere-se ao cadeado?
-Provavelmente..."A chave é o Tempo..."
-Eu só sei que se não conseguirmos a tempo nosso destino já está traçado: expulsão.
-Isso mesmo, Bonnie! O cadeado é o Destino, então só conseguiremos entrar se tiver que acontecer, nosso destino!
-Então “a Chave é o tempo” significa que haverá uma hora para isso? Ela vai determinar se é hora de entrarmos lá.
-Sim, logo nosso destino seria poder entrar lá, por isso entramos da última vez. Precisávamos entrar para conhecer o duende!
-O problema agora é que quando será a hora de entrarmos denovo? Já consigo escutar suas reclamações daqui! Se ela chegar aqui e nos ver não haverá destino para nós na Academia Saint Louis.
Junto com os gritos de reclamação de Conceição pelo corredor, o que significava apenas alguns segundo até o encontro fatal, ouvia-se um crepitar ali perto. Bonnie e Klyde foram até o Portão que dava para o Jardim Sul e, temerosos da consequência do oposto disso, pediram interiormente para que fosse mais uma vez o cadeado se desfazendo.
O dourado do cadeado tornava-se vermelho e logo depois cinza, como se queimasse. A fumaça se formou até o cadeado desaparecer como uma folha sendo incinerada.
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