De repente, Klyde se lembrou de seu avô. Em uma noite de Natal ele lhe entregou um livro grosso, velho.
- “Que diabos” é isso?! – perguntou o garoto, com a inocência infinita de uma criança, após receber o presente.
- Não fale assim, moleque! É algo de família...
Falava isso, mas Klyde sabia que tinha comprado em uma venda de garagem. O avô sempre lhe disse que algum dia seria útil para desvendar algo 'indecifrável'. O dicionário possuía vários símbolos, os símbolos mais antigos de cada parte do mundo que já foram encontrados na história da humanidade. E agora finalmente seria útil.
- Bonnie, vamos voltar. Tenho algo que talvez nos ajude a decifrar esses símbolos.
- Você ficou maluco? Uma hora dessas, a idiota da Conceição já deve ter percebido que nós não estamos lá. E se voltarmos, seremos obrigados a assistir todas as aulas e ainda ficarmos na detenção!
- É sério, Bonnie! Precisamos voltar. Não devemos ter pressa. Até porque, aquele ser estranho só aparece quando quer, e o portão está fechado... E quando chegarmos, ainda não terá começado a aula de Biologia...
- Você é muito chato com isso! Biologia é um saco!
- Não importa, precisamos ir de qualquer forma. Depois da aula, pegarei o que nos ajudará com os símbolos e à noite voltaremos. Apesar de eu achar a idéia bem perigosa...
- Isso! Uma aventura à noite sobre a neblina! Não vai me dizer que está com medo? Ah, fala sério!
- Não é isso. Só estou preocupado com você. Você é muito atrapalhada e, com certeza, é um imã para problemas.
- O que você quer dizer com isso?
- Que eu não tropeço em vassouras quando espiono alguém.
- Ah tá, sei... Até parece que já espionou alguém!
Klyde continuou rindo, enquanto Bonnie lutava contra si mesma para permanecer séria. Porém não conseguiu e os dois saíram gargalhando pelo caminho de volta.
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