Bonnie & Klyde Adventures

Acompanhe este Blog-livro composto por minicapitulos sobre dois amigos nas mais diversas aventuras!

Bem, ele não viu exatamente uma serpente. Era mais uma dedução. O que ele via era algo como um corpo de uma cobra enorme com pequenas marcas vermelhas, formando desenhos em seu corpo. Mas não havia um começo ou um fim. Suando frio, sentado no chão a poucos metros dali, Klyde procurava receoso onde estava a cabeça da criatura. Sua possível cauda ou possível cabeça se estendiam mais afundo no Jardim, entrando em uma depressão perto das paredes do prédio. Do outro lado sua cauda (ou cabeça...) atravessava o muro que separava a Academia do Bosque Carmim.
Klyde nunca havia sentido tanto medo em sua vida. Aquilo não era possível!. Não havia animais daquele tamanho (nem comprimento).
-KLYDE!!!

"Bonnie e Klyde olhavam para o portão que rangia ao se abrir. Do outro lado estava um jardim esquecido pelo tempo: colunas e bancos antigos, rachados e, alguns, cobertos de ramos. [...] O jardim era realmente mágico pela contradição que existia nela: havia rosas de um vermelho profundo envolta das várias paredes e colunas, ao mesmo tempo em que as demais plantas do lugar estavam secas e mortas."

Jardim Sul

Os dois mal podiam crer na incrível sorte que estavam tendo. A um passo da expulsão, o portão estava livre e cada segundo contava. Ouviu-se um grito. Conceição estava ali, mas eles já estavam do outro lado. O portão era todo coberto por plantas e ficava impossível a visualização do que havia do outro lado. Bonnie e Klyde podiam sentar bem ao lado dali e não seriam identificados pela diretora pelo outro lado.
Respiraram aliviados e ergueram os olhos. O Jardim sul mantinha-se como da última vez que o viram: rosas e outros tipos de flores, vermelhas, enquanto o resto das outras plantas, mortas e secas. “Lindo”, pensaram os dois, comunicando-se apenas com os brilhos em seus olhos. O contraste das flores vermelhas com o amarelo das folhas secas dava um ar de mistério e magia.

-Tá vindo, Bonnie!
-Quem?
-Conceição, claro!
-Por onde ela está vindo?
d'où il vient? - virou-se para a planta ao lado - Pelo corredor à esquerda, Bonnie.
- Então, pelo corredor oposto!!
Os dois partiram rápido, mas logo se depararam com com inevitável visão de colunas caídas em frente ao portão que liberava o acesso para as demais áreas da Academia.
-E agora? - Klyde virou-se para Bonnie em busca de alguma orientação, esperando que ela pudesse resolver mais esse problema.

Bonnie ajudava o amigo a anotar os caracteres do cadeado em seu caderno, enquanto este ia buscando cada inscrição em seu livro. Terminada as anotações no caderno estava escrito:
Jag är den destination és a kulcs az idő.
-O que está escrito? – perguntou a menina, ansiosa.
-Não tenho muita certeza, mas creio que é uma mistura de húngaro e sueco... Está escrito algo como “Eu sou o destino e a Chave é o tempo”...
-E o que significa?
-Não faço idéia... Se analisarmos bem tudo isso, é estranho que estejam escrito nesses dois idiomas tão diferentes entre si.

Doroth vinha resmungando pelos corredores da área Norte com uma muda em uma mão e uma xícara de café na outra. Sua sala ficava no prédio Noroeste, enquanto a estufa ficava na área Leste, e isso a levara a uma grande discussão com Conceição, pois queria mudar de sala, enquanto a outra não permitia. Infelizmente Mathias Kelin não se encontrava na escola naquele momento e ela teria que obedecer as ordens da mais nova vice-diretora. É verdade que era uma longa caminhada até os dois lugares, mas não era só isso que a professora de cabelos encaracolados de 30 anos tinha a tratar com o reitor de Saint Louis.

Bonnie e Klyde foram devagar pelo estreito caminho até a estranha portinhola no teto ao lado do dormitório de Klyde.
-Uma porta? - estranhou o menino - É raro encontrar em tetos - principalmente de castelos.
-Minha tia disse que era bastante usada em tempos idos, para fugas desesperadas como a nossas.
Os dois riram e entraram pela pequena porta dando em uma sala empoeirada com um enorme armário de madeira em uma das paredes.
-Aqui! - apontou Bonnie para o móvel - dentro deste armário.
Ao abrir, Klyde deslumbrou-se com os variados tipos de relógio, alguns bem antigos, em especial uma ampulheta, que continha uma areia dourada e uma inscrição.

Klyde se dirigiu até seu dormitório, um quarto com espaço para mais 2 camas.Dois colegas seus já estavam deitados, em um sono profundo, então se encaminhou para sua cama nas pontas dos pés e tentou pegar no sono. Depois da aula de Biologia, não viu mais Bonnie, desesperada para fugir de suas perguntas. Ele fechou os olhos esperando dormir rápido. Mas o que chegou foi uma pedra em sua cabeça. Bonnie estava sentada no parapeito da janela (do 5° andar, diga-se de passagem), com 4 pedrinhas na mão.
- Você pode se levantar agora, ou eu posso jogar os restantes na sua cabeça. - disse com um sorriso maroto.

Inacreditavelmente, os dois chegaram à Academia sem nenhum problema, pois Conceição estava ocupada em uma reunião. Depois de irem à cozinha lanchar foram para a sala de aula de Biologia.
- Bom dia, classe! Me chamo Doroth e sou a sua professora de Biologia!! - disse com um enorme sorriso cativante.
- Ah meu Deus! Eu não acredito nisso... - disse Bonnie perplexa.
- O que foi? Algum problema com pessoas felizes? Relaxa, já basta Conceição pra nos chatear. Pelo menos ela parece alegre!
- Mas não é exatamente esse o probl...

De repente, Klyde se lembrou de seu avô. Em uma noite de Natal ele lhe entregou um livro grosso, velho.
- “Que diabos” é isso?! – perguntou o garoto, com a inocência infinita de uma criança, após receber o presente.
- Não fale assim, moleque! É algo de família...
Falava isso, mas Klyde sabia que tinha comprado em uma venda de garagem. O avô sempre lhe disse que algum dia seria útil para desvendar algo 'indecifrável'. O dicionário possuía vários símbolos, os símbolos mais antigos de cada parte do mundo que já foram encontrados na história da humanidade. E agora finalmente seria útil.

Bonnie andava rápida pelos corredores, sendo seguida logo atrás por Klyde, que ajeitava os óculos e buscava na mochila um caderno azul escuro.
-Que diabos é isso?
-Hã?! Isso? É que eu gosto de fazer anotações, sobre o que está acontecendo, para não esquecer mais tarde.
-Um diário? Há há há!
Ignorando as risadas de sua companheira, Klyde pegava o caderno e abria , lendo em voz alta alguns trechos:
-Início das aulas do Internato Saint Louis: dia 03/03 - hoje, por sinal - horário de Segunda - feira: Geografia, um horário...

Algumas horas se passaram até o momento em que os dois acordaram na enfermaria, ainda sob o efeito da última noite.
- O que aconteceu, como viemos parar na enfermaria? - disse Bonnie meio tonta
- ISSO QUE EU GOSTARIA DE SABER! - disse Conceição furiosa e continuou - Já está quase amanhecendo e os dois foram encontrados na entrada da academia! Estavam desmaiados, por isso foram trazidos pra cá! Os dois receberão detenções por estarem fora de seus dormitórios à noite!
- Nós podemos expl... - tentou dizer Klyde, quando foi interrompido.
-Não quero saber de desculpas! Regras são regras! Nenhum aluno deve sair de seus dormitórios à noite! - gritava Conceição enquanto retirava-se da enfermaria - E não se atrasem para as apresentações de início do ano letivo!

Bonnie e Klyde olhavam para o portão que rangia ao se abrir. Do outro lado estava um jardim esquecido pelo tempo: colunas e bancos antigos, rachados e, alguns, cobertos de ramos. Bonnie deu um passo para frente. Suas mãos e pés tremiam e seu coração pulava. Klyde se moveu junto dela, porém seus olhos observavam o lugar com receio.
-Esse... Esse lugar... Eu já estive aqui...

Klyde olhava instigado para a pessoa a sua frente.
-Qui est elle? - disse para a camélia ao seu lado.
Bonnie olhou curiosa para o garoto. "Falando com as plantas?", pensou.
- O que você esta fazendo? Me espionando? - perguntou Klyde ao mesmo tempo com raiva e simpatia.
Era estranho aquele sentimento. Como ter simpatia por uma desconhecida? Seus destinos estavam unidos de uma forma indescritível. E isso incomodava Klyde: seu destino decidido, o inevitável. A dependência de outra pessoa para viver o havia feito sofrer. Aquela pessoa, aquela menina, precisava ir.

Bonnie não era do tipo que aceitava ordens muito facilmente, então não tinha nenhum motivo especifico para se dirigir ao dormitório. Decidiu ir ao Bosque procurar pela criatura. Algo lhe dizia que era para ela estar ali. Começou a procurar a estranha criatura por entre as plantas e nada. Cansou-se depois de 1 hora, e resolveu voltar para o castelo. Enquanto passava pelo salão principal, ouviu passos. Ficou curiosa e seguiu aquele som que ia em direção à cozinha da Academia. Escondeu-se em uma parte não iluminada próxima à cozinha, ainda no corredor e observou aquele que seria seu companheiro de todas as suas novas aventuras.

Ao longe se via a figura de uma garota de cabelos encaracolados vindo da estação de trem Temps Carmine. Bonnie vinha com uma mochila de lado e uma de rodinhas. Sua roupa estava com um pouco de pó e alguns poucos fragmentos de pedra resultante de uma explosão que sobrevivera. Ao atravessar o Portão Principal observou a fachada do prédio antigo - uma mansão, quase um castelo, com torres e corredores tão extensos que não se via o fim. A recepção estava um pouco distante, uns 4m do local onde Bonnie havia parado. Ao seu redor estava lírios e papoulas vermelhas, rosas brancas e negras misturavam-se, orquídeas subiam os altos muros ao lado de outras plantas que também tentavam alcançar seu fim.

Ninguém reparou quando um ser escuro, de uns 30cm, orelhas pontudas e de olhos azuis escuros brilhantes, entrou pelo portão Sul da Academia Saint Louis. Passando sorrateiramente pela cozinha, e chegando até o dormitório Leste.
***
Klyde não sabia exatamente onde era a Academia. "Agora pegue suas coisas e vá embora daqui!", disse-lhe o pai; "Vá para a Academia Saint Louis, nos arredores do Bosque Carmim! Encontre Mathias Kelin e diga-lhe que eu o mandei!", gritou sua mãe enquanto o menino entrava no trem das 12:00h. Após vagar em busca de uma boa alma que o socorresse e lhe mostra-se qual seria a parada certa para o Bosque, Klyde, finalmente, arrastou sua mala até a o portão Principal e parou em frente a uma mulher gorda e com uma terrível cara de sapo.

O Bosque Carmim era um lugar calmo, geralmente com um céu nublado sobre rosas de um tom vermelho entorpecente. Poucos se aventuravam a entrar naquele lugar misterioso. Lendas habitavam o bosque, tornando-o perigoso, e ao mesmo tempo mágico e envolvente, atraindo para si Bonnie e Klyde (que tinham sede de aventura!!! ...de água, fanta, vinho, coca-light e etc).

Ambos vindos de lugares diferentes, foram transferidos à Academia Saint Louis nos arredores do bosque, para terminarem o segundo grau e posteriormente fazerem faculdade.
Bonnie mudou para essa cidade, pois necessitava respirar novos ares, estava disposta a começar uma vida nova, longe de todo o seu passado. Com as inúmeras decepções que ela já teve, aprendeu a ser fria e muito cautelosa, dança conforme a música, entretanto, ela escolhe o ritmo.
Klyde veio da Cidade da Névoa, onde trilhou caminhos tortuosos, fugindo dos fantasmas do seu passado. Valoriza muito os amigos e é incapaz de abandoná-los, apesar de ter sofrido muito por pessoas que não faziam o mesmo. Nessa nova fase de vida, ele busca ser independente e forças para lutar por seus sonhos.


Luis Gustavo Sodré Sousa. Tecnologia do Blogger.

Sobre este Blog:

O Blog foi criado como forma de divulgação, e a história conta sobre dois adolescentes, Bonnie e Klyde, que são transferidos para a Academia Saint Louis. Lá eles se deparam com o misterioso Bosque Carmim, um lugar perigoso e repleto de magia, que aparenta chama-los cada vez mais para dentro de si.

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